quinta-feira, março 23, 2006

Era um dia ensolarado no paraíso dos amores platônicos. Almas brilhavam, indiferentes a reciprocidade; apenas felizes por ver que sua tão amada brilhava também.

Amanda acorda. Toma banho, lava o rosto. Não sorria. Aquilo que outrora funcionou, não funcionava mais. Sua realidade mudara, pois ela fazia o possível para mudar um pouco a cada dia. Quem sabe, desta forma, ela superasse seu medo de sentir. Quem sabe, desta forma, ela superasse seu passado.
Ela tentava necontrar novamente o paraíso. Seu paraíso chovia uma chuva gelada, e córregos de lama se faziam nas alamedas, antes tão iluminadas e sorridentes.
Ela não sabia mais o que esperar.

Certa vez ela notou como as coisas não funcionavam, e o destino casualmente tomou as rédeas e deu uma nova propulsão à sua vida. Ela sempre fora muito ingênua, por mais que muitos a vissem exatamente pelo oposto disso, e não sabia coordenar as coisas que lhe aconteciam.
Nunca precisou encarar uma avaliação, nunca precisou tomar uma atitude. Um problema? Com certeza! Sua insegurança referia-se, sempre, ao auto-analise, bem como a aprovação externa.

Mas como eu falava, Amanda fez um plano. E nesse plano, ela não fez nada. Nem mexeu o dedo. E foi aí que o destino resolveu se meter, e transformou todos os seus sonhos de encanto em realidade. Ela foi perdendo o medo, e se viu em uma situação real.

Mas como poderia ser real algo que ela não soube construir?

Novamente, pessoas e pessoas rodeavam Amanda, e ela, que sempre receou não saber sentir, viu-se em situações inusitadas, que abriram caminhos em sua vida a uma vitória.

Mas, novamente, como vencer sem lutar?

Não existe como. Foi quando ela se deu conta disso que seu mundo acabou. Nem o faz de conta, nem a realidade. Nada mais fazia sentido.

quarta-feira, março 15, 2006

Devia um post descente, creio eu... e num dia em que novas confusões me atormentam, e pensamentos passam a ser desnecessários mediante tantas coisas absurdas que têm acontecido...
Vamos de início.
Estava pensando em Cícero... o Saber Envelhecer, seguido de A Amizade, pra ser sincera. Até porque isso sempre é uma coisa que me exige pensamentos, por mais que todos me digam que não se precisa gastar energia com isso. Minha necessidade de reciprocidade é meio doentia, e são tão poucas coisas que barram uma fluencia, e na verdade, as mínimas são as mais significativas. (Até pensei um pouco nisso, e notei que é porque grandes coisas podem ser um equívoco ou impulso, e as pequenas apenas desconsideração já define).
Acho totalmente importante o conhecer, bem como o respeito e a lógica. Se tu é capaz de se desfazer dos teus padrões para assumir um meio termo por um amigo, eis a amizade.
Hoje é um excelente dia, pois notei um grande passo dado ontem. Ao mesmo tempo, um triste dia, pois o strike dois foi dado a um amigo, bem como o limite chegou ao cume na minha pseudo amizade familiar.
Pra mim isso é muito triste, e quase desestruturador, pois me considerava numa fase de ouro (por mais goiaba que essa pudesse ter), mesmo com seus defeitos, e hoje noto o quão mesquinho o mundo pode ser.
Todos, creio eu, sabem que me sinto extremamente mal por não poder fazer nada pelo mundo. Que me sinto vazia e fútil com uma sociedade sobre pilares tão absurdos, e que estou atada. Fazer o que, se sou uma socialista cultural, bem como Wilde...
Acredito no apoio moral, bem como no bom senso de se lutar por aquilo que se acredita, e não estou disposta a relembrar pessoas daquilo que elas acreditam, ou dizem acreditar. Na verdade, muitas vezes o não apoio me soa como inveja ou qualquer coisa assim, quando este vai contra antigas palavras.
Não suficiente, a lógica deteriorada e megalomaníaca também perturba. Na verdade, exigir feitos solitários (OK, mínimos) quando não se consegue pensar num grupo, e assim só busca as coisas que satisfaçam o seu pensamento hipócrita, infantil e megalomaníaco, nunca vendo um bem maior. Ou seja, seria necessário que se deixasse de fazer coisas de grupo para fazer coisas solitárias, e justo a pessoa que sucumbe aos prazeres do grupo (sem ajudar em nada, a não ser com o mínimo dos mínimos, argumentando ser a sua parte_ e ignorando toda a produção que tem por trás daquele produto) é capaz de despejar toda e qualquer culpa, apenas por buscar a frustração alheia, creio eu.
Não suficiente, fui contar à pessoa que acreditava ser quem eu mais quisesse que pe parabenizasse pelas minhas novas conquistas, e me dei conta de que não é mais. E que não é a tanto tempo, por mais que eu quisesse que esta pessoa assumisse esse papel a tanto custo. Mas não... O yey devia ter vindo de outra pessoa. E só hoje me dei conta disso, por mais que suspeitasse. E isso se chama comodidade, creio eu! Nesse caso, se chama! Porque o caso é meu!!! Hahahaha
Bem, como no texto, estou confusa e nem um pouco afim de dar nomes a nada. Por sorte, amigos ainda existem, e sorriem de saber que uma conquista desse tamanho é importante tanto para mim, quanto pelo ideal expansivo e libertário que está se assumindo.
... E definitivamente é muito legal se conquistar alguma coisa, quando as mãos estão arenosas e sem conseguir segurar nada...
E talvez seja de tanto sorrir para o mundo, mas ele passa a sorrir em retorno...

terça-feira, março 14, 2006

É nessas horas que lembro daquela música meiga da Marisa Monte... ¨Eu falo muito bem, eu minto¨... novamente meus planos de Ano Novo foram por água abaixo, e não sei como evitar isso! Auto-sabotagem total!
Realmente eu não consigo me soltar nem me livrar do passado e daquilo tudo que me trava, e que certamente, se eu conseguisse deixar andar, me transformaria numa pessoa bem melhor. Ou, pelo menos, mais feliz.
E sei o que que é isso. Uma fase Peeping Tom... muito medo cair, logo não se sobe!

OK, ninguém tem idéia do que que eu estou falando! Nem precisa. As coisas tão movendo, mas não sei pra onde (como sempre), mas chegou a hora de encarar.